quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Texto de contracapa para O Processo, de Franz Kafka

«Alguém deve ter caluniado Josef K., pois uma manhã, sem que tivesse feito algo de mal, foi preso.» A história do protagonista de O Processo começa mal e, pressentimo-lo ao longo do livro, tem tudo para acabar ainda pior. Detido e julgado sem nunca chegar a saber porquê, Josef K. é uma vítima da burocracia e é, sobretudo, alguém com quem o leitor, mesmo o de hoje, se consegue facilmente identificar. É essa atualidade que torna esta obra de Franz Kafka tão pertinente agora como quando foi publicada pela primeira vez, em 1925.

Franz Kafka nasceu em Praga, em 1883, e faleceu nos arredores de Viena, em 1924. Em vida, o escritor de língua alemã publicou apenas uma pequena parte da sua obra, com destaque para contos como O Veredicto, A Metamorfose e Na Colónia Penal. Só após a sua morte é que, por iniciativa do seu amigo Max Brod, veio a lume a maior parte dos seus escritos, incluindo os três romances que deixou inacabados: O Processo, O Castelo e O Desaparecido.

«Para fazer justiça à figura de Kafka na sua pureza e na sua beleza peculiar, não podemos perder uma coisa de vista: é a pureza e a beleza de um fracasso.»
Walter Benjamin

«Com o seu maravilhoso poder imaginativo, Kafka descreveu os futuros campos de concentração, a futura instabilidade da lei, o futuro absolutismo do Apparat de estado.»
Bertold Brecht

«Toda a arte de Kafka consiste em forçar o leitor a reler.»
Albert Camus

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