segunda-feira, 31 de março de 2014

1 de Abril - A propósito do número de páginas

Porto Editora e Grupo Leya chegam a acordo para impor limite de páginas a escritores. Ler aqui.

sexta-feira, 28 de março de 2014

QUEM NÃO FOR CHUMBA

Amanhã, sábado 29, às 15h na FNAC Chiado, é lançado o livro da turma anterior à vossa: HOJE À EDITORAS. (Sim, com o verbo a ver)
Será interessante - e simpático - irem.



quarta-feira, 26 de março de 2014

Escrita criativa: treta ou?

Obviamente, esta pergunta pode aplicar-se a um sem número de coisas académicas e não só. O docente é mau, os discentes são maus, a disciplina é vácua, a instituição funciona/não funciona e serve/não serve os propósitos que se atribui? (Etc.) O Hanif Kureishi estaria num dia de maus fígados (acontece aos melhores) mas a discussão é muito interessante e «caliente» e o artigo muito bem apresentado. Ler aqui.
"To say that creative writing courses are all useless is almost as silly as saying all editors are useless. Writers, of all levels, can benefit from other instructive voices,"

segunda-feira, 24 de março de 2014

Bukovski/Carver em português

Trad. Júlia Becker: 
Não Sabem O Que É O Amor
(uma noite com Charles Bukowski) de Ramond Carver

Não sabem o que é o amor disse Bukowski
Tenho 51 anos olhem para mim
Estou apaixonado por esta miúda
Bateu-me forte mas ela também está obcecada
portanto está tudo bem meu é assim que tem que ser
Entro no sangue delas e não me conseguem tirar
Tentam tudo para fugir de mim
mas no fim voltam sempre
Todas voltam sempre exceto
aquela que plantei
Chorei por ela
mas chorei facilmente nesses dias
Não me deixes dar na cena pesada meu
Fico bruto
Poderia estar sentado aqui a beber cerveja
com vocês hippies a noite inteira
Poderia beber dez litros desta cerveja
e nada é como água
Mas deixa me dar na cena pesada
e vou começar a atirar pessoas pela janela
Vou atirar qualquer pessoa pela janela
Já o fiz
Mas não sabem o que é amor
Não sabem porque nunca
estiveram apaixonados é assim tão simples
Arranjei esta miúda vêem ela é bem gira
Ela chama-me Bukowski
Bukowski diz ela nesta vozinha
e eu digo O que
Mas não sabem o que é amor
Estou vos a dizer o que é
mas não me ouvem
Nenhum de vocês nesta sala
reconheceria o amor se aparecesse
e estivesse mesmo a vossa frente
Sempre pensei que ler poesia era uma fuga
Olhem tenho 51 anos e estive por cá
Sei que é uma fuga
Mas disse para mim próprio Bukowski
Morrer de fome ainda mais é uma fuga
Então aí estás e nada é como devia ser
Esse colega qual é o nome dele Galway Kinnell
Vi a fotografia dele numa revista
Tem uma aparência bonita
mas é professor
Cristo conseguem imaginar
Mas vocês também são professores
Aqui estou a vos insultar já
Não nunca ouvi falar dele
nem do outro
São todos térmitas
Talvez seja ego já não leio muito
mas essas pessoas que constróem
reputações com cinco ou seis livros
térmitas
Bukowski diz ela
Porque escutas música clássica o dia inteiro
Não conseguem ouvi-la dizer isso
Bukowski porque escutas música clássica o dia inteiro
Isso surpreende-te não surpreende
Não pensavas que um bastardo mal-educado como eu
pudesse ouvir música clássica o dia inteiro
Brahms Rachmaninoff Bartok Telemann
Merda não consegui escrever aqui
Demasiado silencioso por aqui demasiadas árvores
Gosto da cidade esse é o lugar para mim
Ponho a minha música clássica todas as manhãs
e sento-me em frente da minha máquina de escrever
Acendo um charuto e fumo-o assim olha
e digo Bukowski és um homem de sorte
Bukowski passaste por isso tudo
e és um homem de sorte
e o fumo azul flutua para além da mesa
e olho pela janela para a Avenida de Delongpre
e vejo pessoas subindo e descendo o passeio
e fumo o charuto assim
e depois ponho o charuto no cinzeiro e respiro fundo
e começo a escrever
Bukowski isto é a vida digo eu
é bom ser pobre é bom ter hemorróides
é bom estar apaxionado
Mas não sabem como é
Não sabem como é estar apaixonado
Se a pudessem ver percebiam do que estou a falar
Ela pensou que viesse cá acima e fizessemos sexo
Ela simplesmente sabia
Ela disse me que sabia
Merda tenho 51 anos e ela tem 25
e estamos apaixonados e ela tem ciúmes
Jesus é lindo
ela disse que me arrancaria os olhos se eu viesse cá acima
e fizessemos sexo
Agora isso é amor para ti
O que é que vocês sabem sobre isso
Deixem-me dizer-vos uma coisa
Encontrei homens na prisão que tinham mais estilo
do que as pessoas que estão à volta dos colégios
e vão a recitais de poesia
São sanguessugas que vêm ver
se as meias do poeta estão sujas
ou se cheira mal dos sovacos
Acreditem-me que eu não os vou decepcionar
Mas eu quero que vocês se lembrem disto
há apenas um poeta nesta sala esta noite
apenas um poeta nesta cidade esta noite
talvez apenas um poeta verdadeiro neste país esta noite
e esse sou eu
O que é que vocês sabem sobre a vida
O que é que vocês sabem sobre qualquer coisa
Quem de vocês já foi despedido de um emprego
ou espancou a companheira
ou foi espancado pela companheira
Eu fui despedido do Sears and Roebuck cinco vezes
Despediram-me e voltaram-me a contratar
Eu era armazenista para eles aos 35 anos
e depois fui despedido por roubar bolachas
Eu sei como é que é já lá estive
Tenho 51 anos e agora estou apaixonado
Esta pequena miúda ela diz
Bukowski
e eu digo O que e ela diz
Acho que estás cheio de merda
e eu digo bébé tu compreendes-me
Ela é a única companheira no mundo
seja homem ou mulher
Eu aceitaria isso
Mas não sabem o que é o amor
Todas elas voltaram no fim também
cada uma voltou
exceto aquela de que eu vos falei
aquela que plantei Estivemos juntos durante sete anos
Costumávamos beber muito
Eu vejo uma série de escritores nesta sala mas
Não vejo nenhum poeta
Não estou surpreendido
Têm de ter estado apaixonado para escrever poesia
e não sabem o que é estar apaixonado
isso é problema vosso
Dá-me um pouco dessa cena
Está certo sem gelo
Está bom assim é que é
Então vamos pôr este espetáculo de pé
Eu sei o que eu disse mas quero só uma
Essa sabe bem
Está bem vamos lá acabar com isto
mas depois ninguém se ponha ao pé
de uma janela aberta


Trad. José Siqueira:
Tu não sabes o que o amor é disse Bukowski
Eu tenho 51 anos e olha para mim
Estou apaixonado por esta rapariga nova
Bateu-me forte mas ela também está apanhada
Por isso é na boa pá é assim que deve ser
Eu entro no sangue delas e elas não conseguem sacudir-me
Elas tentam tudo para fugir de mim
Mas voltam todas no fim excepto
Aquela que eu lancei
Eu chorei por essa
Mas chorei fácil nesses dias
Não me deixes cair nessa cena má meu
Eu fico fulo
Eu posso sentar-me aqui e beber cerveja
E nada é como água
Mas deixa-me entrar nessa cena má
E eu começo a lançar malta pela janela fora
Eu atiro qualquer um pela janela
Já o fiz
Mas vocês não sabem o que o amor é
Vocês não sabem porque vocês nunca
Estiveram apaixonados, tão simples como isso
Eu tenho esta rapariga nova vê ela é linda
Ela chama-me Bukowski
Bukowski diz ela com nesta voz pequenina
E eu digo Quê
Mas vocês não sabem o que amor é
Eu tou te a dizer o que é
Mas vocês não me estão a ouvir
Não há um único de vocês nesta sala
Que era capaz de reconhecer amor mesmo que o pisassem
E vos enfiassem-no no cu
Eu pensava que recitais eram uma seca
Olha, eu tenho 51 anos e ando por aqui
Eu sei que são uma seca
Mas eu disse a mim mesmo Bukowski
Passar fome é ainda mais seca
Por isso aqui estás tu e nada é como devia ser
Aquele rapaz qual é o nome dele Galway Kinnel
Eu vi uma foto dele numa revista
Ele tem uma fronha jeitosaao pé dele
Mas ele é um professor
Cristo consegues imaginar
Mas tu também és professor
Aqui estou eu a insultar-te novamente
Não eu nunca ouvi falar dele
Nem ele
São todos térmitas
Talvez seja ego eu não leio muito actualmente
Mas estas pessoas w! quem construiu
Reputações em cima de 5 ou sei livros
Térmites
Bukowski diz ela
Porque é que ouves música clássica o dia todo
Não a ouves a dizer isso
Bukowski porque é que tu ouves música clássica o dia todo
Isso surpreende-te não é
Tu pensas mesmo que um cabrão bronco como eu
Poderia ouvir música clássica o dia todo
Brahms Rachamanioff Bartok Telemann
Merda não consigo escrever aqui
Demasiado sossegado aqui demasiadas árvores
Eu gosto da cidade esse é o lugar para mim
Eu ponho a dar a minha música clássica cada manhã
e sento-me em frente da máquina de escrever
Acendo um cigarro e fumo-o gosto disso sabes
E eu disse Bukowski tu és um homem sortudo
Bukowski tu já passaste por tudo
e és um homem sortudo
e o fumo azul envolve a mesa
e eu olho pela janela para a Delongore Avenue
e eu vejo pessoas a andar pelo passeio
e eu mando um bafo no cigarro assim
e depois eu pouso o cigarro no cinzeiro assim e respiro fundo
e começo a escrever
Bukowski isto é a vida digo eu
é bom ser pobre é bom ter hemorródias
é bom estar apaixonado
Mas tu não sabes como é
Tu não sabes o que é estar apaixonado
Se tu a visses tu sabias do que é que eu quero dizer
Ela pensava que eu chegava aqui e ia mandar uma
Ela apenas sabia
Ela disse me que sabia
Merda tenho 51 anos e ela 25
E estamos apaixonados e ela tem ciúmes
Jesus é adorável
Ela disse ela arrancava-me os olhos se eu chegasse aqui e fosse mandar uma
Isso é que é amor por ti
O que é que algum de vocês sabe sobre isso
Deixem-me dizer-vos uma coisa
Eu conheci gajos na prisão que tinham mais estilo
Que malta que anda com colegas e vão a recitais
São umas sanguessugas que vão ver se o poeta tem as meias cagadas
Ou se cheira a sovaco
Acredita em mim eu não os vou desiludir
Mas eu quero que se lembrem disto
Só há um poeta nesta terra esta noite
Talvez o único poeta a sério neste país esta noite e esse sou eu
O que é algum de vocês sabe sobre a vida
Qual de vocês aqui já foi despedido
Ou deu porrada na vossa namorada
Ou já levou porrada da vossa namorada
Eu fui despedido do Sears and Roebuck 5 vezes
Eles despediram-me e contrataram-me novamente
Eu trabalhei na logística para eles quando tinha 35
E prenderam-me por roubar bolachas
Eu sei como é eu tive lá
Eu tenho 51 anos agora e tou apaixonado
Esta pequena ela diz
Bukowski
E eu digo O quê e ela diz
Eu acho que tu és um bazófias
E deu digo querida tu compreendes-me
Ela é a única gaja no mundo
Homem ou mulher
Eu aceito isso
Mas vocês não sabem o que é o amor é
Elas voltam todas a mim no fim também
Todas elas voltam
Excepto aquela que vos contei
Aquela que eu lancei Nós estivemos juntos durante 7 anos
Costumávamos beber muito
Eu vejo uns quantos escritores nesta sala mas
Não vejo qualquer poeta
Não estou surpreendido
Vocês têm que estar apaixonados para escrever poesia
E vocês não sabem o que é estar apaixonado
Esse é o vosso problema
Dá-me um bocado desse material
É isso nenhum gelo é bom
Isso é bom isso é mesmo fixe
Bem vamos lá por isto a andar
Eu sei o que disse mas vou tomar só uma
Isso sabe bem
Ok então vamos lá acabar com isto
Só depois não fiquem muito perto

De uma janela aberta


Exercício de tradução - Maria Gomes Marques Figueiredo (24.03.2014)

Vocês não sabem o que é o amor
(uma noite com Charles Bukowski)

Vocês não sabem o que é o amor disse Bukowski
Tenho 51 anos e olhem para mim
Apaixonado por esta miúda
Eu estou apanhadinho mas ela também
Por isso está tudo bem pá é assim que deve ser
Entro-lhes no sangue e elas não conseguem livrar-se de mim
Tentam tudo para se afastar de mim
Mas todas voltam no fim
Todas voltam para mim excepto
Aquela que eu plantei
Eu chorei por essa
Mas chorava com facilidade na altura
Não me deixem tocar na cena pesada
Torno-me mau
Podia ficar aqui a beber cerveja
Com vocês hippies a noite toda
Podia beber dez litros desta cerveja
E nada é como se fosse água
Mas deixem-me chegar à cena pesada
E começo a atirar pessoas pela janela fora
Já o fiz
Mas vocês não sabem o que é o amor
Não sabem porque nunca
Estiveram apaixonados é simples
Tenho esta miúda ela é linda
Ela chama-me Bukowski
Bukowski diz ela com aquela vozinha
E eu digo o que é
Mas vocês não sabem o que é o amor
Estou a dizer-vos o que é
Não há um de vocês nesta sala
Que reconhecesse o amor se ele se chegasse à frente
E vos entrasse pelo cu
Costumava pensar que leituras de poesia eram uma saída fácil
Reparem tenho 51 anos e ando aqui há muito tempo
Eu sei que são saídas fáceis
Mas disse para mim mesmo Bukowski
Passar fome é mais ainda uma saída fácil
Então aí estás tu e nada é como deveria ser
Aquele tipo como é que se chama Galway Kinnell
Vi a fotografia dele numa revista
Ele tem uma tromba bonita
Mas ele é um professor
Cristo conseguem imaginar
Mas vocês também são professores
Aqui estou eu já a insultar-vos
Não não tive notícias dele
Ou dele
São todos térmitas
Talvez seja por ego já não leio muito
Mas esta gente que constrói
Reputações com cinco ou seis livros
Térmitas
Bukowski diz ela
Porque ouves música clássica o dia todo
Conseguem ouvi-la
Bukowski por que ouves música clássica o dia todo
Não te surpreende isso
Não pensavas que um gajo rude como eu
Pudesse ouvir música clássica o dia todo
Brahms Rachmaninoff Bartok Tellemann
Merda eu aqui não conseguia escrever
Demasiado calmo aqui em cima demasiadas árvores
Eu gosto da cidade é esse o meu lugar
Ponho a minha música clássica todas as manhãs
E sento-me em frente à minha máquina de escrever
Acendo um charuto e fumo-o assim estão a ver
E digo Bukowski és um homem com sorte
Bukowski passaste por tudo
E és um homem com sorte
E o fumo azul vagueia ao longo da mesa
E olho pela janela para a Avenida Delongpre
E vejo pessoas para cima e para baixo nos passeios
E eu dou um bafo no charuto assim
E depois pouso o charuto no cinzeiro assim e respiro fundo
E começo a escrever
Digo Bukowski isto sim é vida
É bom ser pobre é bom ter hemorróidas
 É bom estar apaixonado
Mas vocês não sabem como é
Vocês não sabem como é estar apaixonado
Se a vissem sabiam o que quero dizer
Ela pensava que eu vinha aqui e mandava uma
Ela simplesmente sabia
Ela disse-me que sabia
Merda tenho 51 anos e ela 25
E estamos apaixonados e ela tem ciúmes
Jesus é lindo
Ela disse que me arrancava os olhos se eu viesse aqui
E fodesse
Isto é o amor
O que é que algum de vocês sabe sobre o assunto
Deixem-me contar-vos uma coisa
Conheci homens na prisão que tinham mais estilo
Do que as pessoas que andam pelas faculdades
E vão a leituras de poesia
São sanguesugas que vieram para ver
Se as meias do poeta estão sujas
Ou se ele cheira mal debaixo dos braços
Acreditem que não os vou desiludir
Mas quero que se lembrem disto
Sá há um poeta nesta sala esta noite
Sá há um poeta nesta terra esta noite
Talvez só um verdadeiro poeta neste país esta noite
E esse sou eu
O que é que algum de vocês sabe sobre a vida
O que é que algum de vocês sabe sobre alguma coisa
Quem aqui foi despedido de um trabalho
Ou já bateu na sua gaja
Ou já levou da sua gaja
Fui despedido do Sears e Roebuck cinco vezes
Despediam-me e contratavam-me outra vez
Fui repositor deles quando tinha 35 anos
E depois fui preso por roubar bolachas
Eu sei como isso é já lá estive
Tenho 51 anos agora e estou apaixonado
A miúda ela diz
Bukowski
E eu digo o que é e ela diz
És um tretas
E eu digo querida tu entendes-me
Ela é a única gaja no mundo
Homem ou mulher
De quem eu aceito isso
Mas vocês não sabem o que é o amor
Todas voltam para mim no fim
Cada uma delas voltou
Excepto aquela sobre quem vos falei
Aquela que plantei estivemos juntos sete anos
Costumávamos beber muito
Vejo uns quantos dactilógrafos nesta sala mas
Não vejo poetas
Não me surpreende
Tens que já ter estado apaixonado para escrever poesia
E vocês não sabem o que é estar apaixonado
É esse o vosso problema
Dá-me um bocado dessa cena
Sim sem gelo
Está bom está óptimo
Vamos lá começar o espectáculo
Eu sei o que disse mas vou tomar só um
Sabe bem
Ok então vamos lá acabar com  isto
Só que depois ninguém se aproxime

De uma janela aberta  

Tinta-da-China à conversa

Programa interessante para o final da tarde da próxima quinta-feira:

segunda-feira, 17 de março de 2014

Exercício de tradução para 24/3 (facultativo)

You Don't Know What Love Is
(an evening with Charles Bukowski) by Ramond Carver

You don't know what love is Bukowski said
I'm 51 years old look at me
I'm in love with this young broad
I got it bad but she's hung up too
so it's all right man that's the way it should be
I get in their blood and they can't get me out
They try everything to get away from me
but they all come back in the end
They all came back to me except
the one I planted
I cried over that one
but I cried easy in those days
Don't let me get onto the hard stuff man
I get mean then
I could sit here and drink beer
with you hippies all night
I could drink ten quarts of this beer
and nothing it's like water
But let me get onto the hard stuff
and I'll start throwing people out windows
I'll throw anybody out the window
I've done it
But you don't know what love is
You don't know because you've never
been in love it's that simple
I got this young broad see she's beautiful
She calls me Bukowski
Bukowski she says in this little voice
and I say What
But you don't know what love is
I'm telling you what it is
but you aren't listening
There isn't one of you in this room
would recognize love if it stepped up
and buggered you in the ass
I used to think poetry readings were a copout
Look I'm 51 years old and I've been around
I know they're a copout
but I said to myself Bukowski
starving is even more of a copout
So there you are and nothing is like it should be
That fellow what's his name Galway Kinnell
I saw his picture in a magazine
He has a handsome mug on him
but he's a teacher
Christ can you imagine
But then you're teachers too
here I am insulting you already
No I haven't heard of him
or him either
They're all termites
Maybe it's ego I don't read much anymore
but these people w! ho build
reputations on five or six books
termites
Bukowski she says
Why do you listen to classical music all day
Can't you hear her saying that
Bukowski why do you listen to classical music all day
That surprises you doesn't it
You wouldn't think a crude bastard like me
could listen to classical music all day
Brahms Rachmaninoff Bartok Telemann
Shit I couldn't write up here
Too quiet up here too many trees
I like the city that's the place for me
I put on my classical music each morning
and sit down in front of my typewriter
I light a cigar and I smoke it like this see
and I say Bukowski you're a lucky man
Bukowski you've gone through it all
and you're a lucky man
and the blue smoke drifts across the table
and I look out the window onto Delongpre Avenue
and I see people walking up and down the sidewalk
and I puff on the cigar like this
and then I lay the cigar in the ashtray like this and take a deep breath
and I begin to write
Bukowski this is the life I say
it's good to be poor it's good to have hemorrhoids
it's good to be in love
But you don't know what it's like
You don't know what it's like to be in love
If you could see her you'd know what I mean
She thought I'd come up here and get laid
She just knew it
She told me she knew it
Shit I'm 51 years old and she's 25
and we're in love and she's jealous
Jesus it's beautiful
she said she'd claw my eyes out if I came up here
and got laid
Now that's love for you
What do any of you know about it
Let me tell you something
I've met men in jail who had more style
than the people who hang around colleges
and go to poetry readings
They're bloodsuckers who come to see
if the poet's socks are dirty
or if he smells under the arms
Believe me I won't disappoint em
But I want you to remember this
there's only one poet in this room tonight
only one poet in this town tonight
maybe only one real poet in this country tonight
and that's me
What do any of you know about life
What do any of you know about anything
Which of you here has been fired from a job
or else has beaten up your broad
or else has been beaten up by your broad
I was fired from Sears and Roebuck five times
They'd fire me then hire me back again
I was a stockboy for them when I was 35
and then got canned for stealing cookies
I know what's it like I've been there
I'm 51 years old now and I'm in love
This little broad she says
Bukowski
and I say What and she says
I think you're full of shit
and I say baby you understand me
She's the only broad in the world
man or woman
I'd take that from
But you don't know what love is
They all came back to me in the end too
every one of em came back
except that one I told you about
the one I planted We were together seven years
We used to drink a lot
I see a couple of typers in this room but
I don't see any poets
I'm not surprised
You have to have been in love to write poetry
and you don't know what it is to be in love
that's your trouble
Give me some of that stuff
That's right no ice good
That's good that's just fine
So let's get this show on the road
I know what I said but I'll have just one
That tastes good
Okay then let's go let's get this over with
only afterwards don't anyone stand close
to an open window

Para rir e pensar

Os casos da Improbable Research.

domingo, 16 de março de 2014

Taschen

A Taschen é um dos projectos editoriais que mais me fascinam. Uma linha editorial que consegue apresentar, ao mesmo tempo, uma assinalável coerência e uma enorme abertura de espírito (basta passar os olhos pelo site para perceber que praticamente não há nicho de mercado que assuste esta editora) fizeram da empresa, fundada em 1980, em Colónia, por Benedikt Taschen, então com 19 anos, um caso sério de sucesso internacional. E, nada despiciendo, fizeram do seu proprietário um homem extremamente rico (por exemplo, a sua morada de Los Angeles é esta).

Não sei se foi o humor que contribuiu para o sucesso ou o sucesso que contribuiu para o humor, mas sei que, hoje em dia, a Taschen pode dar-se ao luxo de fazer troça dos seus próprios fracassos, por mais estrondosos que sejam. É o que acontece no verso da capa de uma das últimas edições do seu catálogo.


segunda-feira, 3 de março de 2014

Not good - but not as bad as music

Venda de livros em Portugal cai para os 310 milhões de euros. Ler aqui.
«A venda de livros em Portugal sofreu uma quebra de 4,6% face ao exercício anterior, o que representa uma facturação de 310 milhões de euros em 2013, segundo o estudo Sectores Portugal, publicado pela DBK, da Informa D&B.
O estudo revela que esta descida se tem verificado ao longo dos últimos anos, sendo que a sua origem está na quebra do consumo das famílias portuguesas, “devida à crise económica” e à “difusão de conteúdos disponíveis na Internet”.
Angola e Moçambique “são os principais mercados de destino de livros portugueses”, representando 47% e 16%, respectivamente, do valor total das exportações. No entanto, e “após vários anos de notável crescimento”, as exportações estagnaram em 2013, para um total de 55 milhões de euros.
No mesmo período, a produção no mercado editorial registou uma descida de 4,7%, para 324 milhões de euros, acompanhando a “tendência de redução do número de editoras”, que engloba actualmente cerca de 460 empresas e “emprega hoje 2600 trabalhadores”.
“Apesar da reduzida dimensão média das empresas do sector, nos últimos anos tem-se desenvolvido um processo de concentração impulsionado pelas operações de aquisição e fusão entre empresas levadas a cabo por alguns dos grupos de maior dimensão”, detalha a estudo, acrescentando que, em 2012, os cinco maiores operadores reuniram uma quota de mercado conjunta de 64%, percentagem que chegou aos 77%, considerando a participação conjunta dos dez primeiros.

Uma proposta de exercício que talvez seja divertida

Conceber um problema como um microconto, uma história exemplar.
Um bom exemplo é esta história que a Walmira reproduziu, há anos, à qual chamou «O melhor Marketing»:
(Def. microconto: texto ficcional com menos de 20 linhas. Máximo 500b caracteres aprox.) 
Depois do Festival de Cerveja da Grã-Bretanha, em Londres, todos os
presidentes das empresas de cerveja saíram para beber um copo.
O presidente da Corona senta-se e pede ao barman:
" - Senhor, quero a melhor cerveja do mundo, a Corona". 
O sujeito da Budweiser diz:
" - Quero a Rainha das Cervejas, a Budweiser". 
O dono da Cors exclama:
" - Quero a única cerveja feita com água das Montanhas Rochosas: a Cors!".
O dono da skol exclama:
" - Quero a única cerveja feita com água do amazonas: a skol!".  
O director da SAGRES diz:
" - Dá-me uma Coca-Cola".
Os outros olham para ele e perguntam:
" - Então? Não vais beber uma SAGRES ?"
 Ele responde:

" - Se ninguém está a beber cerveja, eu também não bebo..."


PS) O texto tem vários problemas, talvez precise também de uma limpeza. Alguém se voluntaria?