sábado, 14 de dezembro de 2013

André Schiffrin, lendário editor, fala das fusões de pequenas e médias editoras em grandes grupos editoriais

Num artigo que ficou célebre, o editor refere-se à forma como estas fusões estão gradualmente a envenenar a qualidade do que lemos (ou somos obrigados a ler). A ditadura dos monopólios editoriais é uma ameaça real à boa literatura e à arte da edição. Talvez a ameaça e debate mais prementes do mundo editorial. Artigo.

A Lisboa dos livros, livrarias e editoras, desde os anos 50.

Histórias da Lisboa dos livros, das livrarias e das editoras, desde a década de 50, através de uma entrevista a um livreiro peculiar, o Sr. António André, da Livraria Lácio (ainda em actividade, admiravelmente).
Aqui.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Workshop de Edição de Livros Electrónicos

Por falar neste tema, haverá um workshop de 16 a 20 de Dezembro, das 15h às 17h  na FCSH.



Gratuito - para mestrandos e doutorandos do CECL | 10 € para outros participantes.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

 
Nelson Mandela (1918-2013): a liberdade como obra.
Há Seres Humanos assim. Ressoam. Vibram. Talvez um dia, quando formos grandes. Olha por nós, Anjo*
 
                                                                                      

 "Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?......Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".

(Discurso de posse, em 1994)
Nelson Mandela

A propósito do livro digital

Crescimento das vendas de livros de capa dura foi maior do que o de livros digitais.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Nos EUA haverá uma biblioteca sem um único livro em papel


Tal como nas bibliotecas tradicionais, os cidadãos poderão consultar e requisitar centenas de exemplares. Abre no Outono.
Com a migração da leitura para as plataformas digitais, os livros em papel tendem a perder cada vez mais adeptos, o que não significa que as pessoas deixem de frequentar bibliotecas. Com esta ideia em mente, um americano criou a BiblioTech, a primeira biblioteca pública dos Estados Unidos sem um único livro em papel.
Foi na leitura de um livro em papel – a biografia de Steve Jobs – que Nelson Wolff, um juiz do condado de Bexar, na cidade de San Antonio, no Texas, encontrou inspiração para um projecto inovador: a BiblioTech. Mas Wolff, que é um amante assumido de livros e têm uma colecção invejável de primeiras edições, ainda assim, não quis passar à margem da nova tendência de leitura, os livros digitais.  
Juntamente com outros dirigentes do condado, passou alguns meses a pensar no assunto e, no Outono, os cidadãos de San Antonio já podem frequentar o novo protótipo da região, segundo o juiz, uma biblioteca desenhada – e não adaptada – para a idade digital.
Em vez de prateleiras repletas de livros, no espaço de cerca de 460 metros quadrados, encontrarão computadores onde poderão ler centenas de livros digitais. “Se quiser ter uma ideia de como será, vá até uma loja da Apple”, disse Wolff a um site local. Segundo a ABCNews, a biblioteca começará a funcionar com cem livros electrónicos (e-books), que poderão ser requisitados, ou, neste caso, descarregados e que, passado o prazo de validade estipulado, deixam de poder ser consultados. Além destes exemplares, haverá 50 e-books para crianças, 50 estações de leitura, 25 computadores portáteis e 25 tablets à disposição dos utilizadores.
Serão, igualmente, estabelecidas parcerias com criadores de e-books para aumentar a colecção da nova biblioteca, que fixou como objectivo um total de dez mil livros. Por enquanto, o acesso a esta biblioteca será completamente gratuito e o único gasto que os utilizadores poderão ter será com a impressão de algum texto.
No entanto, Wolff adverte que a BiblioTech não pretende substituir o sistema de bibliotecas da cidade, mas melhorá-lo, uma vez que “as pessoas vão sempre querer livros, só o não vão poder fazer na nossa biblioteca”. Já em 2002, o sistema de bibliotecas do Arizona tinha aberto uma pequena biblioteca sem livros numa zona em que a maioria dos habitantes não tinha acesso à Internet, mas, passados alguns meses, a pedido dos cidadãos, acabaram por ser introduzidos alguns livros em papel.
Na maioria das bibliotecas norte-americanas a par dos livros tradicionais, os utilizadores também podem descarregar livros electrónicos, contudo, esta é a primeira proposta de um sistema público de bibliotecas sem um único livro em papel.
Segundo Wolff serão precisos pelo menos 250 mil dólares (cerca de 187 mil euros) para garantir o acesso aos primeiros dez mil livros digitais. Os custos de design e de construção ainda não estão definidos, mas o plano é utilizar um edifício do condado que esteja desocupado para poupar nas despesas. “Queremos uma forma low-cost e eficaz de trazer leitura e aprendizagem ao condado e que também esteja focada na mudança no mundo da tecnologia”, disse.
O objectivo é alargar o conceito, criando várias bibliotecas sem livros pelo condado de Bexar e nos subúrbios e, no futuro, investir na vertente multimédia, disponibilizando não só livros, mas também música e filmes.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Amanhã | 4 DEZ | 18:30
FNAC Chiado

É bonito, contém inéditos e será, com certeza, muito útil para quem se interessa por Almada e pelo Modernismo.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Por falar do futuro do livro/ edição electrónica

Achei este artigo da Economist acerca do futuro do livro:

http://www.economist.com/node/15819008

Book it inaugura nova loja nos Restauradores

A cadeia Book it abre hoje  (2 de Dezembro) ao público mais uma loja, desta vez nos Restauradores, em Lisboa. A partir das 18.00 poderá conhecer a nova livraria, que é a 19.ª em Portugal, e que terá como padrinho o jornalista e escritor Domingos Amaral.

http://blogtailors.com/7064714.html

Planeta Tangerina investe em livros interactivos e digitais, mas em papel

http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=93818

Como aferir o sucesso potencial de um livro?

1. O futuro está acontecendo - na América...
2. Publisher's Weekly
3. Listas de mais vendidos dos jornais
4. Blog Publishers Lunch
5. O caso dos mais vendidos na Assírio e Alvim
6. Scouts

 

o aeroporto e os nomes da Vivian

Onde está a Wally?





Contributo para a aula de hoje - 2/12

Valter Hugo Mãe: «Digital»
Quando o livro for apenas digital, estarão em perigo todas as traduções e será solicitada ao autor uma brevidade que vá ao encontro da especificação rigorosa dos assuntos e da falta de paciência do leitor.
A literatura correrá o risco de, mais do que nunca, se transformar abundantemente numa espécie de manifestação fugaz que procura o mesmo sucesso de um tema musical. Um só tema, breve, conciso, acerca de algo preciso, e que passe logo.
Ninguém vai sustentar a tradução de um livro que será pirateado. Apenas através dos apoios institucionais se justificarão as traduções para as mais diversas línguas, e isso levará a um mundo de decisões que independem completamente da lógica dos mercados que conhecemos.
Contudo, mais grave, será efectivamente a pressão para que os textos se abreviem. O universo digital suscita a capacidade de rarefacção, sendo certo que as novas gerações parecem acelerar-se nos modos de relacionamento com todas as obras. A fragmentação e a rapidez serão características quase essenciais para que um determinado texto proceda.
A música já padece grandemente desta vulnerabilidade. Os músicos parecem pressionados a voltar à lógica do single que, na verdade, no universo pop, existiu antes dos trabalhos de longa duração. O álbum, que ainda propõem, quase sempre passa desapercebido, inexplorado, dado como algo excessivo perante o que não se desenvolveu interesse nem paciência. Subitamente, o álbum tem algo de exagero intelectual, quando o vasto auditório se basta com guardar uma ou duas canções.
Os livros, que sempre estiveram sujeitos à impaciência do mundo, serão a ela submetidos dramaticamente. Estou certo de que um núcleo de leitores seguirá lendo os textos de grande fôlego, essas máquinas preguiçosas que implicam o empenho de quem lê. Mas também estou convencido de que as novas gerações estarão disponíveis sobretudo para uma literatura que, não perdendo o brilhantismo, se apresente como experiência substancialmente fugaz. No meio do desafio, o conto e a poesia serão géneros bem mais aptos a sobreviver do que o romance.
Lentamente, o mercado deixará de produzir em papel os livros que queremos ler. A indústria perderá o interesse em tal produto porque as vendas digitais subirão de tal modo que não se justificará o esforço das edições em papel. Resistirão casos em que o livro, como objecto, possa ser visto enquanto documento. Serão casos excepcionais. Por mais que queiramos o livro tradicional, o mercado já não no-lo vai fornecer.
Experimente procurar um disco muito específico para perceber que ele já só se vende na Internet, com custos elevados, porque só um grupo muito obstinado de gente está disposto a comprá-lo. O livro será sempre pior. Se considerar o facto de não existirem traduções, terá de imaginar os mercados nacionais como células sempre mais confinadas. O domínio da expressão inglesa ou do mandarim vão fazer-se sentir. Sim, acho que a pressão vai levar a que muito boa gente escreva directamente em inglês ou suporte pessoalmente a imediata tradução. Vai ser de um mesmismo insuportável.
Esta crónica foi publicada na Revista 2, edição de domingo 1 Dezembro 2013