quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Uma entrevista com Sofia Madalena Escourido

Assistente editorial na Leya. Ler aqui.
(Permitem-me o orgulho?)

Em que consiste a sua função? Como é o seu dia-a-dia?
Sou assistente de uma editora especial, a Maria do Rosário Pedreira. A função desta equipa de duas é receber originais (de todos os lados, por correio, mail, conhecidos e desconhecidos, nem imaginam a confusão e a quantidade), lê-los (alguns só em parte porque não se justifica avançar e passo ao seguinte) com o objetivo de encontrar algo que valha a pena publicar e ir assim descobrindo novos autores portugueses. É uma tarefa morosa e demora bastante a dar frutos, às vezes lê-se 300 páginas (vezes 300 originais) e, apesar de não estar mal escrito, não há ali nada que crie apego no leitor, temos de ponderar muita coisa. Faço essa triagem inicial.

Depois disso, há trabalho com os autores que demonstraram potencial: comentários, anotações, sugestões (este trabalho é da Rosário, tenho aprendido muito ao observá-la). E, a seguir, a produção do livro – que coordeno desde a preparação do original para paginação, a revisão das provas, etc. Muitas vezes é ainda fundamental o acompanhamento do livro e do autor, para que não se percam no mar de novidades: agendar sessões, gerir páginas de Facebook, por exemplo, enviar exemplares para concorrer a prémios literários, fazer a ponte com agentes internacionais e outros. Também há alguns afazeres burocráticos e necessários, faz parte. Acompanho o processo desde o início (o texto que alguém escreveu e propôs publicar) até quase à chegada do livro às mãos do leitor (é uma visão um pouco ingénua mas acredito nisso).

Eu e a Rosário dividimos tarefas e comunicamos muito bem, e fazemos os possíveis para que aquilo que descobrimos como primeiras-leitoras possa chegar ao maior número de pessoas possível. 

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