"Gabriela, Cravo e Canela", de Jorge Amado, Leya.
Considero ser uma boa contracapa a muitos níveis:
A imagem a cores de umas pernas de mulher, descalça, correndo à chuva num chão alagado de água dá a ideia de movimento, de liberdade, ritmo. Esteticamente é uma imagem forte, simbólica que capta o olhar do leitor que associa essa imagem à personagem do livro, Gabriela, uma mulher que no romance de Jorge Amado encara a vida com desprendimento, que foge a convenções de sociedade em que reinava o puritanismo e as mulheres eram tidas como donas de casa para servir ao marido e ir à igreja rezar.
Esta imagem é também importante porque este livro foi adaptado à televisão em forma de telenovela e os leitores associam a imagem à novela que assistiram na televisão.
A imagem enquanto movimento é também factor que contrasta com o objecto livro que é estanque, algo que contém uma escrita, palavras impressas que nós nos adequamos para criar significados.
O texto da contracapa fala-nos da personagem Gabriela, do escritor Jorge Amado, o mais internacional dos escritores brasileiros, é uma boa sinopse na medida em que transporta o leitor a entrar dentro da história do livro e o cativa, sugestiona à sua leitura.
O texto conta com um comentário de Jean-Paul-Sartre acerca do romance "Gabriela, Cravo e Canela", o que traz ainda mais credibilidade literária a este romance brasileiro.
A editora Leya concretiza o romance de Jorge Amado em fenómeno de vendas reeditando-o após ter passado na televisão como novela.
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