terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sumários reais



Aula 1 (23/9)
1. Apresentação da cadeira. Apresentação do professor e seu cv. Apresentação dos alunos e seu cv.
2. Editar: gerir, gerar protótipos.
3. As competências prévias: aquelas que não se ensinam em aula.
4. As boas decisões podem levar a maus resultados, e vice-versa. Todo o grande editor cometeu grandes erros. Se experiência, sagacidade e saber bastassem, teríamos muito mais livros best-sellers com qualidade.
5. Para que serve a teoria? O «state of the art» e a experiência acumulada.
6. Da vocação, gosto, paixão. Exemplo: «Eu adoro teatro, mas não vou há um ano porque não tenho tempo.» Hum... Há aqui uma moral do soldado prático: mentir aos outros pode ser bom (se não formos apanhados); já mentir a nós mesmos é triste e contraproducente.
A lógica dos TPC: faça você mesmo, descobrir a pólvora. Exercício 1: ir a um lançamento e fazer o relatório. Exercício 2: diga o nome de 50 editoras que conhece. Exercício 3: visite várias livrarias com «olhos profissionais» e compare os modelos de gestão. Há muitos funcionários, poucos? A montra? Os livros estão por género ou editora? A iluminação? Só novidades ou fundos de catálogo? Etc., etc., etc.

Aula 2 (30/9)
0. Esta aula-maratona é um bocadito mais dificil de sumarizar, mas vamos tentar. Aceito e agradeço ajuda. Felizmente smartfonei o quadro.
1. Exercícios
1.4. (ver sequência) Indique uma função/um «player» da edição
1.5. Escolha a melhor capa de entre estas sete
1.6. Quantos alfarrabistas há na baixa de Lisboa?
1.7. (Facultativo para TPC) Escolha três contracapas que considere exemplares
2. Das livrarias
2.1. Le Bleuet
2.2. Óbidos: as livrarias Ler Devagar
2.3. Um livreiro que aconselha livros vs. um que desconhece tudo
2.4. Joaquim, o livreiro de Sines
3. Revisitando o Exercício 1.4.
3.1.
4. O primeiro grande ponto dum programa: um livro é um livro?
4.1.O objecto é o mesmo, mas o valor será o mesmo?
4.2. Parábola do amor: «Não o conhecia»/«É muito simpático»/«Encantador»/«Não posso viver sem ele»/«É a melhor coisa que me aconteceu na vida»/«Pesa-me, quer ontrolar-me tudo»/«Destruiu-me a minha vida»
4.3. O provérbio brasileiro que o tradutor e autor Dejan Stankovic julgava ser português: «Pimenta no cu dos outros para mim é refresco»
4.4. Na praia: «Ó minha senhora, não se preocupe, que o seu filho há-de aparecer»
4.5. Cada parceiro do livro vê-o de forma diferente. Logo, é diferente.
5. O livro é um produto?
5.1. O livro tem o mesmo valor afectivo para todas as partes implicadas?
5.2. Pode-se mesmo falar de «o livro»? Ou só do livro X, do livrro Y, do livrro Z?
5.3. «Doença portuguesa»: nem mesmo as pessoas do meio sabem que o livro é um produto comercial...
5.4. Vivian: o exemplo de Monteiro Lobato

[Nota: por comissão de serviço, o doente esteve ausente. As aulas não dadas serão compensadas mais tarde.]


Aula 3 (21/11) - sob o signo da percepção
1. Anedotas: pequenos episódios que, juntos, ajudam a criar o arco narrativo.
1.1. O objectivo é, repete-se, ter uma visão informada da coisa editorial
1.2. Leituras, histórias concretas, experiência, exercícios
1.3. Exercícios de «descobrir a pólvora»: informação sai da memória, a experiência fica gravada
2. Carlos da Veiga Ferreira, editor da Teorema
3. Nelson de Matos, editor da Dom Quixote
4.Anedotas interessantes do meio editorial
5. Exercício em aula: jogo com premissas falsas (mas os alunos não sabem; enfim, agora sabem)
5.2. A entrevista profissional. Três alternativas - eram todas falsas.
5.3. Unir os pontos - nós damos forma ao que não tem forma.
6. Exercício em aula
TPC (facultativos): escolher três capas. Identificar uma boa/má contracapa e justificar: porquê? Escrever uma contracapa.

Aula 4 (4/11)
1. Da autoria
1.1. Equívoco 1: a arrogância de ter o nome na capa
1.2. Equívoco 2: a beleza de ter o nome na capa
1.3. É, tão só, uma assunção de responsabilidades, para o que der e vier
1.3.1. É feio deixarmos outro arcar com as culpas
13.2. É pouco ético apropriarmo-nos dos louros alheios
1.4. Equívoco 3: «ler um livro» é melhor que «ver um filme»
1.4.1. Ler um livro pornográfico é «mais elevado» do que ver um concerto no canal Mezzo?
1.4.2. A indústria beneficia desse valor simbólico atribuído ao livro - mas nem sempre é merecido
2.
3. Adequação, coerência - conceitos-chave na edição
4. O editor deve saber escrever, saber ver, saber escolher, saber eleger.
4.1. Chomsky: conceitos de competência teórica/performance
4.1.1. Não sei jogar mas sei como se joga
4.1.2. Crítica e opinação: a primeira é informada, a segunda é deformada
4.1.3.
5. Exercício em aula: pontuar um texto de Ferreira Fernandes.


Aula 5 (11/11)
1. «Um manuscrito chega à editora» - e depois?
2. Quem pode avaliar o texto? Que qualificações deve essa pessoa ter?
2.1. O relatório de leitura
2.2. A competência técnica e a sensibilidade estética - o que são» Como se constroem?
2.3. O caso Maria Rosário Pedreira e a descoberta de novos autores na Leya
3. A editora Kalandraka
5. O talento do editor é a concisão
TPC: Desenhar o trajecto de um manuscrito até à população



Aula 6 (18/11)
1.Uma livraria diferente: a Paralelo W, Rua dos Correeiros, 60 - 1º esq.
2. Apresentação do trabalho da Diana
3. Discussão do trabalho do César
4. A divisão de tarefas: duas possibilidades-limite e, depois, uma variável infinita.
5. Editing, marketing, outsourcing - estrangeirismos úteis como rótulos rápidos


Aula 7 (25/11)
0. Msartin Cruz Smith: December 6  Vs. Tokyo Station
0.1. Porquê a diferença de títulos?
0.2. Leitor real Vs. Leitor suposto
1. A que distância fica a cidade do Cabo de Lisboa? «300 mil Km»?!
1.1. Sabemos estimar, mesmo que as nossas estimativas estejam erradas.
1.2. De que outra forma podemos decidir a tiragem, o preço de capa, a data da publicação, etc.?
2. Elogio e estudo das pequenas editoras 'alternativas'.
3. A analogia com a pintura. A fotografia veio 'desempregar' os retratistas. Mas veio ta,mbém libertar os pintores para deixarem de estar prisioneiros da figuração fidelizante. E a pintura ganhou outros territórios, sendo a textura um deles.
4. A minha experiência é uma janela para entender este mundo. Depois posso substanciá~la, mas o próximo ponto (5) é exemplar de como a experiência circunstancial pode fornecer material para reflexão.
5. Casos pessoais: na mesma semana...
5.1. fui a uma embaixada fazer (crime de oportunidade) um 'sales pitch';
5.2. recebi ao mesmo tempo que um novaiorquino o novo Martin Cruz Smith, Tatiana;
5.3. recebi um livro do Brasil para beneficiar da minha 'influência' como Opinion Maker (NOTA: todos somos opinion makers, nem que seja junto do primo, só que nem todos falamos ao domingo na TVI);
5.4. Lida a Tatiana, e sabendo que tão cedo não haverá novo, comprei via Kindle um romance já lido, mas mais portátil, ideal para ler no autocarro ou no metro durante as cada vez mais longas esperas, porque posso esquecer o livro em casa mas o telemóvel está sempre comigo.

Aula 8 (2/12)
1. Discussão do ponto 5 da cadeira.
2. A edição electrónica e o culto do papel
3. O que é um livro: a embalagem ou o conteúdo?
4. «Ler um livro é melhor do que ver televisão»
4.1. Será mesmo? Sempre? Ver Don Giovanni no canal Mezzo será «pior» (menos cultural) do que ler um livro porno?
4.2. O culto do livro é um bom cliché. Permite que uma indústria deficiente ocupe um lugar no ranking onde o seu valor simbólico é nitidamente superior ao seu valor de mercado.
4.2.1. O livro é um bem superior mas na publicidade só aparece em anúncios de whisky velho...
4.2.2. É um presente preguiçoso, e isso beneficia a indústria.
4.2.2.1. «O que hei-de oferecer à Tucha? Ah, já sei, um livro.»
4.2.2.2. «É para oferecer?»
4. 2.2.3. Podemos mesmo especular que o livro seja a medida do presente ideal. Não muito caro, aceitável.

Aula 9 (9/12)
1. Vivian apresenta trabalho em aula.
2. Discussão do ponto 6 da cadeira.

Aula 10 (16/12)
1. Apresentação dos verbetes da cadeira. (Ver entradas mais recentes no blog.)
2. Discussão dos trabalhos.

Aula 11 (6/1)
PRÓXIMA AULA: teste-surpresa.
«Se é surpresa, porque anuncia?»
«Se não anunciasse não era surpresa, pois não? Duh!»
Uma questão anunciada: texto 25 linhas (aprox.) em «resposta» a um item da cadeira.
1. Essencial/acessório.
2. Inato/adquirido. Muito do que é adquirido parece inato, mas é útil sabermos que não é, mesmo que seja muito difícil intervir.
3. Soraya: técnica ou intuição?
3.1. Enfim, é como os pontapés em espargata. É difícil tornar «natural».
3.2. O ideal é que um dia técnica e disciplina se tornem ausentes de técnica e disciplina.
3.3. Outra analogia: o salto em altura. Passar por cima ou por baixo da trave? 
3.3.1. Só quem tenta derruba a trave. 
3.3.2. Os muito bons e os muito maus nem lhe tocam. 
3.4. Inato/adquirido – como equilibrar-se num transporte público. A posição do barqueiro: uma técnica simples que melhora substancialmente a nossa performance. 
4. No princípio do semestre, o docente avisou que deviam passar a ler pelo menos o JL e a Ler. 
4.1. Manual de boas práticas: se o aluno não estuda as revistas da especialidade, como pode melhorar?
4.2. Mais importante que o trabalho de casa só o trabalho de campo

5. Revisão: há a sinalética, que se aprende em 10 minutos, as dicas úteis, que levam um par de horas e, depois, é lograr a capacidade de concentração. 

Aula 12 (13/1)
1. Frequência.
1.1. O essencial e o acessório: mais do que «para nota» (também é), a frequência é um teste aos conhecimentos adquiridos.
1.2. O objectivo do exercício é ser exercício.
2. Woody Allen: «Vamos beijar-nos agora, assim podemos jantar descansados.»
3. O autor pode ser prolixo (Stephen King, Agustina, Proust...), a arte do editor é a concisão.

Aula 13 (20/1)
1. Negociar, negociar sempre. Negociar é, em edição - interna ou externa - a mais nobre palavra.
1.1. Tempo x Excelência.
1.2. Entre parceiros
2. Não confundir o mapa com a realidade. Na realidade, «pós-produção» pode em parte vir antes da «produção.» Exemplo: «Em 2015 sairá um novo livro da saga Guerra dos Tronos
3. O elogio do agente: Broadway Danny Rose, de Woody Allen.
4. O processo criativo: por que deixamos tudo para o fim?
4.1. A sala de pânico
4.2. Investir onde apenas há investimento humano: o tratamento de texto, a concepção, etc.
5. Entrega e discussão dos exercícios da aula passada.
6. Apresentação do fanzine da Gabriela, a partir de Comunidade, de Luiz Pacheco.
7. A diferença entre ignorância e informed guess: «Como vou daqui para o Marquês?»
7.1. Há vários caminhos. Qual o melhor? O da Diana? O do César? O do João? O da Soraia?
7.2. E um casal de turistas, o que me diria ele?




Aula 14 (27/1)
Balanço do semestre. Para os que terminam, até breve. Para os que continuam, uma antemão do que aí vem em Técnicas da Edição. 
1.     1. Edição electrónica: apocalípticos e integrados. Breve sumário das ideias-chave de Umberto Eco.
2.   2. Parâmetros com dois extremos: do máximo menos ao máximo mais. As possibilidades entre um pólo e outro são «infinitas».
3.   3. Fui eu que comuniquei mal (me exprimi mal) ou você que entendeu mal (foi estúpido)?
4.   4. Deus está nos pormenores. Até na mais simples vírgula. «Eu, como Mourinho, sou exigente.» «A bear, shots and leaves.»

5.   5. Sumários comentários a detalhes dos trabalhos de alguns alunos. O investimento num lado e o desleixo noutro. Gastar dinheiro em papel couché mas não ter dinheiro para pagar ao revisor.
6. 6. A editora Companhia das Ilhas e o caso da lombada desaparecida. Sem lombada ainda há livro?
 7. A importância do follow-up, da coerência interna, do break even, da auto-avaliação. Que competências tenho? Que lacunas devo suprir? Consegui-lo-ei? 






1 comentário:

  1. - Os conselhos da Bdmania;
    - O valor objectivo e subjectivo do livro (questões filosóficas sobre a natureza axiológica do livro);
    - O livro é um produto! (Exemplo da colega brasileira sobre o livro como produto.);
    - "Detesto os colegas que me pedincham os livros que escrevo";

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