segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Letra Livre. A última livraria da cidade"

Um artigo do i sobre a Letra Livre. Aqui!

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  CNC – Centro Nacional de Cultura www.cnc.pt

Durante uma semana serão propostas inúmeras iniciativas especiais, a maioria gratuitas, das quais se destacam: Concertos, visitas “Encontros à Esquina”e “Portas Abertas”,Café Literário, Exposições, Colóquios e Conferências, Atividades Infantil.

 

domingo, 29 de setembro de 2013

Pagar o que se consome

Um bom artigo de Pedro Marques Lopes (DN, 29/9) sobre jornalismo e, inesperadamente, sobre a edição digital. Aqui

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

EXPRESSÕES POPULARES (O saber não ocupa lugar)


ERRO CRASSO


Significado: Erro grosseiro.

Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Confiante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um "erro crasso".

 
TER PARA OS ALFINETES

 
Significado: Ter dinheiro para viver.

Origem: Em outros tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.»

 
     


Significado: Muito antigo.

Origem: A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.

 

 
Significado: Viver com luxo e ostentação.

Origem: Relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.

 



Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverosímeis.
Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16)

Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina.

Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris - beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere (beber).

 



Significado: Quantidade excessiva; demasiado.

Origem: Dose para cavalo, dose para elefante ou dose para leão são algumas das variantes que circulam com o mesmo significado e atendem às preferências individuais dos falantes.

Supõe-se que o cavalo, por ser forte; o elefante, por ser grande, e o leão, por ser valente, necessitam de doses exageradas de remédio para que este possa produzir o efeito desejado.

Com a ampliação do sentido, dose para cavalo e suas variantes é o exagero na ampliação de qualquer coisa desagradável, ou mesmo aquelas que só se tornam desagradáveis com o exagero.

 



Significado: Sinal para começar alguma coisa.

Origem: Trata-se da forma aglutinada da expressão «lá, mi, ré», que designa o diapasão, instrumento usado na afinação de instrumentos ou vozes; a partir deste significado, a expressão foi-se fixando como palavra autónoma com significação própria, designando qualquer sinal que dê começo a uma actividade. Historicamente, a expressão «dar um lamiré» está, portanto, ligada à música (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).

Nota: Escreve-se lamiré, com o r pronunciado como em caro.

  

 
Significado: Ter boa memória; recordar-se de tudo.

Origem: O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo.

 




Significado: Choro fingido.

Origem: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.

 


 

Significado: Ser ou estar muito fraco; estar sem recursos.

Origem: O feminino, neste caso, tem o objectivo de humilhar o impotente ou fraco a que se dirige a referência. Supõe-se que a gata é mais fraca, menos veloz e menos feroz em sua própria defesa do que o gato. Na realidade, não é fácil segurar uma gata pelo rabo, e não deveria ser tão humilhante a expressão como realmente é.

       




Significado: Muito mal; de modo muito imperfeito.

Origem: «Inicialmente, a expressão era "mal e parcamente". Quem fazia alguma coisa assim, agia mal e eficientemente, com parcos (poucos) recursos.

Como parcamente não era palavra de amplo conhecimento, o uso popular tratou de substituí-la por outra, parecida, bastante conhecida e adequada ao que se pretendia dizer. E ficou " mal e porcamente", sob protesto suíno.»(1)

(1) in A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta, vol. 1 (Editora Campus, Rio de Janeiro)

 


 
Significado: Diz-se a quem pretende ser mais do que é, sobretudo dirigido a crianças ou inexperientes.




Significado: Morrer.

Origem: Segundo se diz, existiu um velho cemitério mouro para as bandas das Olarias, Bombarda e Forno do Tijolo. O almacávar, isto é, o cemitério mourisco, alastrava-se numa grande extensão por toda a encosta, lavado de ar e coberto de arvoredo.

Após o terramoto de 1755, começando a reedificação da cidade, o barro era pouco para as construções e daí aproveitar-se todo o que aparecesse.

O cemitério árabe foi tão amplamente explorado que, de mistura com a excelente terra argilosa, iam também as ossadas para fazer tijolo. Assim, é frequente ouvir-se a expressão popular em frases como esta: 'Daqui a dez anos já eu estou a fazer tijolo '.

in 'Dicionário de Expressões Correntes' ; Orlando Neves

 

 
Significado: enfiada de pessoas ou coisas dispostas uma após outra.

Origem: Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam na frente.

 




Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.

Origem: Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.

  




Significado: Manifestação efusiva de alegria.

Origem: Na Marinha, em dias de gala ou simplesmente festivos, os navios embandeiram em arco, isto é, içam pelas adriças ou cabos (vergueiros) de embandeiramento galhardetes, bandeiras e cometas quase até ao topo dos mastros, indo um dos seus extremos para a proa e outro para a popa. Assim são assinalados esses dias de regozijo ou se saúdam outros barcos que se manifestam da mesma forma.

 



Significado: Qualquer coisa que, dada a sua velhice, se desconjunta facilmente.

Origem: A tripeça é um banco de madeira de três pés, muito usado na província, sobretudo junto às lareiras. Uma pessoa de avançada idade aí sentada, com o calor do fogo, facilmente adormece e tomba.

 



Significado: Esquecer completamente um assunto para recomeçar em novas bases.

Origem: A tabula rasa, no latim, correspondia a uma tabuinha de cera onde nada estava escrito. A expressão foi tirada, pelos empiristas, de Aristóteles, para assim chamarem ao estado do espírito que, antes de qualquer experiência, estaria, em sua opinião, completamente vazio. Também John Locke (1632 1704), pensador inglês, em oposição a Leibniz e Descartes, partidários do inatismo, afirmava que o homem não tem nem ideias nem princípios inatos, mas sim que os extrai da vida, da experiência. «Ao começo», dizia Locke, «a nossa alma é como uma tábua rasa, limpa de qualquer letra e sem ideia nenhuma. Tabula rasa in qua nihil scriptum. Como adquire, então, as ideias? Muito simplesmente pela experiência.»

 




Significado: Diz-se de pessoa portadora de más notícias ou que, com a sua presença, anuncia desgraças.

Origem: O conhecimento do futuro é uma das preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse conhecimento. As aves eram um dos recursos que se utilizava. Para se saberem os bons ou maus auspícios (avis spicium) consultavam-se as aves. No tempo dos áugures romanos, a predição dos bons ou maus acontecimentos era feita através da leitura do seu voo, canto ou entranhas. Os pássaros que mais atentamente eram seguidos no seu voo, ouvidos nos seus cantos e aos quais se analisavam as vísceras eram a águia, o abutre, o milhafre, a coruja, o corvo e a gralha. Ainda hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com qualquer destas aves.

 



Significado: Uma verdade de La Palice (ou lapalissada / lapaliçada) é evidência tão grande, que se torna ridícula.


Origem: O guerreiro francês Jacques de Chabannes, senhor de La Palice (1470-1525), nada fez para denominar hoje um truísmo. Fama tão negativa e multissecular deve-se a um erro de interpretação.

Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em sua honra uma canção com versos ingénuos:

"O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia."

O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência.
Segundo a enciclopédia Lello, alguns historiadores consideram esta versão apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La Palice um estribilho que lhe não dizia respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito dos versos, Jacques de Chabannes não teve culpa.

 

Nota: Em Portugal, empregam-se as duas grafias: La Palice ou La Palisse.

 


Significado: Ouvir muito bem.

Origem: Antes da II Guerra Mundial (l939 a l945), muitos jovens sofriam de uma doença denominada tísica, que corresponde à tuberculose. A forma mais mortífera era a tuberculose pulmonar.

Com o aparecimento dos antibióticos durante a II Guerra Mundial, foi possível combater esta doença com muito maior êxito.

As pessoas que sofrem de tuberculose pulmonar tornam-se muito sensíveis, incluindo uma notável capacidade auditiva. A expressão «ter ouvidos de tísico» significa, portanto, «ouvir tão bem como aqueles que sofrem de tuberculose pulmonar».

 



Significado: Ser esquecido; ter má memória.

Origem: A origem desta expressão portuguesa pode explicar-se pela relação de causalidade que, em séculos anteriores, era estabelecida entre a ingestão de lacticínios e a diminuição de certas faculdades intelectuais, especificamente a memória.

A comprovar a existência desta crença existe o excerto da obra do padre Manuel Bernardes "Nova Floresta", relativo aos procedimentos a observar para manter e exercitar a memória: «Há também memória artificial da qual uma parte consiste na abstinência de comeres nocivos a esta faculdade, como são lacticínios, carnes salgadas, frutas verdes, e vinho sem muita moderação: e também o demasiado uso do tabaco».

Sabe-se hoje, através dos conhecimentos provenientes dos estudos sobre memória e nutrição, que o leite e o queijo são fornecedores privilegiados de cálcio e de fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Apesar do contributo da ciência para desmistificar uma antiga crença popular, a ideia do queijo como alimento nocivo à memória ficou cristalizada na expressão fixa «comer (muito) queijo».

  




Significado: Um «acordo leonino» é aquele em que um dos contratantes aceita condições desvantajosas em relação a outro contratante que fica em grande vantagem.
Origem: «Acordo leonino» é, pois, uma expressão retórica sugerida nomeadamente pelas fábulas em que o leão se revela como todo-poderoso.

 




Significado: Exclamação usada para referir uma tragédia ou contra-tempo.

Origem: É uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio colectivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador Flávio Josefo.

 
 



Significado: perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido.

Origem: Costume judaico de abençoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronunciava a bênção.

  




Significado: Tem sentido depreciativo usando-se para referir uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância.

Origem: Esta expressão remonta a uma tortura procedente do Japão que consistia em pingar óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente. Como o suplício tinha uma assistência reduzida, tal era a crueldade, a expressão "gatos pingados" passou a denominar pequena assistência sem entusiasmos ou curiosidade para qualquer evento.

 


Significado: Conseguir realizar um empreendimento que se afigurava difícil; levar a cabo uma empresa difícil.

Origem: Expressão vulgarizada pelos exploradores europeus, principalmente portugueses, devido às enormes dificuldades encontradas ao penetrar o continente africano. A resistência dos nativos causava aos estranhos e indesejáveis visitantes baixas humanas. Muitas vezes retrocediam face às dificuldades e ao perigo de serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e, pior de tudo, conheciam mal o seu terreno. Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadas "expedições em África", eram considerados destemidos e valorosos militares, dispostos a mostrar a sua coragem, a guerrear enfrentando o incerto, o inimigo desconhecido. Portanto, estavam dispostos a " meter uma lança em África".

 



Significado: Estudar muito.

Origem: Usa-se ainda esta expressão, apesar de o facto real que a originou já não ser de uso. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a " queimar as pestanas".


SUPER INTERESSANTE -TEXTO

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Esta é a época das festas e lançamentos, no mundo editorial

5ª 26: ZLATKA TIMENOVA: Chama, a palavra
na Livraria Ler Devagar, ao Calvário, Lx Factory, 21h


e, na 6ª...



E no dia 8 de Novembro, no Corte Inglès, aqui ao lado, Richard Zimmler:
1) Lisboa: 08 de Outubro, 18h30, Corte Ingles (Piso 7). Daniel Sampaio vai apresentar o livro!
1) Lisboa: 08 de Outubro, 18h30, Corte Ingles (Piso 7). Daniel Sampaio vai apresentar o livro!
2) Porto: 02 de Novembro, 17h00, Biblioteca Almeida Garrett.  Elisa Feirreira fará a apresentação e Alexandre Quintanilha lerá um excerto do livro.  
3) Braga: 24 de Outubro, Biblioteca Municipal, 21h30.
4) Figueira da Foz: 20 de Novembro, Biblioteca Municipal, 21h30 

A SENTINELA

Até que ponto um único assassinato pode iluminar a crise moral em que se encontra o país?

6 de julho de 2012. Henrique Monroe, inspetor-chefe da Polícia Judiciária, é chamado a um luxuoso palacete de Lisboa para investigar o homicídio de Pedro Coutinho, um abastado construtor civil. Depois de interrogar a filha da vítima, Monroe começa a acreditar que Coutinho foi assassinado ao tentar defender a perturbada adolescente do violento assédio sexual de algum amigo da família. Ao mesmo tempo, uma pen que o inspetor descobre escondida na biblioteca da casa contém alguns ficheiros com indícios de que a vítima poderá também ter sido silenciada por um dos políticos implicados na rede de corrupção que o industrial montara para conseguir os seus contratos.

Tendo como pano de fundo o Portugal contemporâneo, um país traído por uma elite política corrupta, que sofre sob o peso dos seus próprios erros históricos, Richard Zimler criou um intrigante policial psicológico, com uma figura central que se debate com os seus próprios demónios ao mesmo tempo que tenta deslindar um caso que irá abalar para sempre os muros da sua própria identidade.


Imagens (quase) Secretas - Fore-Edge Book Paintings


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sumários reais



Aula 1 (23/9)
1. Apresentação da cadeira. Apresentação do professor e seu cv. Apresentação dos alunos e seu cv.
2. Editar: gerir, gerar protótipos.
3. As competências prévias: aquelas que não se ensinam em aula.
4. As boas decisões podem levar a maus resultados, e vice-versa. Todo o grande editor cometeu grandes erros. Se experiência, sagacidade e saber bastassem, teríamos muito mais livros best-sellers com qualidade.
5. Para que serve a teoria? O «state of the art» e a experiência acumulada.
6. Da vocação, gosto, paixão. Exemplo: «Eu adoro teatro, mas não vou há um ano porque não tenho tempo.» Hum... Há aqui uma moral do soldado prático: mentir aos outros pode ser bom (se não formos apanhados); já mentir a nós mesmos é triste e contraproducente.
A lógica dos TPC: faça você mesmo, descobrir a pólvora. Exercício 1: ir a um lançamento e fazer o relatório. Exercício 2: diga o nome de 50 editoras que conhece. Exercício 3: visite várias livrarias com «olhos profissionais» e compare os modelos de gestão. Há muitos funcionários, poucos? A montra? Os livros estão por género ou editora? A iluminação? Só novidades ou fundos de catálogo? Etc., etc., etc.

Aula 2 (30/9)
0. Esta aula-maratona é um bocadito mais dificil de sumarizar, mas vamos tentar. Aceito e agradeço ajuda. Felizmente smartfonei o quadro.
1. Exercícios
1.4. (ver sequência) Indique uma função/um «player» da edição
1.5. Escolha a melhor capa de entre estas sete
1.6. Quantos alfarrabistas há na baixa de Lisboa?
1.7. (Facultativo para TPC) Escolha três contracapas que considere exemplares
2. Das livrarias
2.1. Le Bleuet
2.2. Óbidos: as livrarias Ler Devagar
2.3. Um livreiro que aconselha livros vs. um que desconhece tudo
2.4. Joaquim, o livreiro de Sines
3. Revisitando o Exercício 1.4.
3.1.
4. O primeiro grande ponto dum programa: um livro é um livro?
4.1.O objecto é o mesmo, mas o valor será o mesmo?
4.2. Parábola do amor: «Não o conhecia»/«É muito simpático»/«Encantador»/«Não posso viver sem ele»/«É a melhor coisa que me aconteceu na vida»/«Pesa-me, quer ontrolar-me tudo»/«Destruiu-me a minha vida»
4.3. O provérbio brasileiro que o tradutor e autor Dejan Stankovic julgava ser português: «Pimenta no cu dos outros para mim é refresco»
4.4. Na praia: «Ó minha senhora, não se preocupe, que o seu filho há-de aparecer»
4.5. Cada parceiro do livro vê-o de forma diferente. Logo, é diferente.
5. O livro é um produto?
5.1. O livro tem o mesmo valor afectivo para todas as partes implicadas?
5.2. Pode-se mesmo falar de «o livro»? Ou só do livro X, do livrro Y, do livrro Z?
5.3. «Doença portuguesa»: nem mesmo as pessoas do meio sabem que o livro é um produto comercial...
5.4. Vivian: o exemplo de Monteiro Lobato

[Nota: por comissão de serviço, o doente esteve ausente. As aulas não dadas serão compensadas mais tarde.]


Aula 3 (21/11) - sob o signo da percepção
1. Anedotas: pequenos episódios que, juntos, ajudam a criar o arco narrativo.
1.1. O objectivo é, repete-se, ter uma visão informada da coisa editorial
1.2. Leituras, histórias concretas, experiência, exercícios
1.3. Exercícios de «descobrir a pólvora»: informação sai da memória, a experiência fica gravada
2. Carlos da Veiga Ferreira, editor da Teorema
3. Nelson de Matos, editor da Dom Quixote
4.Anedotas interessantes do meio editorial
5. Exercício em aula: jogo com premissas falsas (mas os alunos não sabem; enfim, agora sabem)
5.2. A entrevista profissional. Três alternativas - eram todas falsas.
5.3. Unir os pontos - nós damos forma ao que não tem forma.
6. Exercício em aula
TPC (facultativos): escolher três capas. Identificar uma boa/má contracapa e justificar: porquê? Escrever uma contracapa.

Aula 4 (4/11)
1. Da autoria
1.1. Equívoco 1: a arrogância de ter o nome na capa
1.2. Equívoco 2: a beleza de ter o nome na capa
1.3. É, tão só, uma assunção de responsabilidades, para o que der e vier
1.3.1. É feio deixarmos outro arcar com as culpas
13.2. É pouco ético apropriarmo-nos dos louros alheios
1.4. Equívoco 3: «ler um livro» é melhor que «ver um filme»
1.4.1. Ler um livro pornográfico é «mais elevado» do que ver um concerto no canal Mezzo?
1.4.2. A indústria beneficia desse valor simbólico atribuído ao livro - mas nem sempre é merecido
2.
3. Adequação, coerência - conceitos-chave na edição
4. O editor deve saber escrever, saber ver, saber escolher, saber eleger.
4.1. Chomsky: conceitos de competência teórica/performance
4.1.1. Não sei jogar mas sei como se joga
4.1.2. Crítica e opinação: a primeira é informada, a segunda é deformada
4.1.3.
5. Exercício em aula: pontuar um texto de Ferreira Fernandes.


Aula 5 (11/11)
1. «Um manuscrito chega à editora» - e depois?
2. Quem pode avaliar o texto? Que qualificações deve essa pessoa ter?
2.1. O relatório de leitura
2.2. A competência técnica e a sensibilidade estética - o que são» Como se constroem?
2.3. O caso Maria Rosário Pedreira e a descoberta de novos autores na Leya
3. A editora Kalandraka
5. O talento do editor é a concisão
TPC: Desenhar o trajecto de um manuscrito até à população



Aula 6 (18/11)
1.Uma livraria diferente: a Paralelo W, Rua dos Correeiros, 60 - 1º esq.
2. Apresentação do trabalho da Diana
3. Discussão do trabalho do César
4. A divisão de tarefas: duas possibilidades-limite e, depois, uma variável infinita.
5. Editing, marketing, outsourcing - estrangeirismos úteis como rótulos rápidos


Aula 7 (25/11)
0. Msartin Cruz Smith: December 6  Vs. Tokyo Station
0.1. Porquê a diferença de títulos?
0.2. Leitor real Vs. Leitor suposto
1. A que distância fica a cidade do Cabo de Lisboa? «300 mil Km»?!
1.1. Sabemos estimar, mesmo que as nossas estimativas estejam erradas.
1.2. De que outra forma podemos decidir a tiragem, o preço de capa, a data da publicação, etc.?
2. Elogio e estudo das pequenas editoras 'alternativas'.
3. A analogia com a pintura. A fotografia veio 'desempregar' os retratistas. Mas veio ta,mbém libertar os pintores para deixarem de estar prisioneiros da figuração fidelizante. E a pintura ganhou outros territórios, sendo a textura um deles.
4. A minha experiência é uma janela para entender este mundo. Depois posso substanciá~la, mas o próximo ponto (5) é exemplar de como a experiência circunstancial pode fornecer material para reflexão.
5. Casos pessoais: na mesma semana...
5.1. fui a uma embaixada fazer (crime de oportunidade) um 'sales pitch';
5.2. recebi ao mesmo tempo que um novaiorquino o novo Martin Cruz Smith, Tatiana;
5.3. recebi um livro do Brasil para beneficiar da minha 'influência' como Opinion Maker (NOTA: todos somos opinion makers, nem que seja junto do primo, só que nem todos falamos ao domingo na TVI);
5.4. Lida a Tatiana, e sabendo que tão cedo não haverá novo, comprei via Kindle um romance já lido, mas mais portátil, ideal para ler no autocarro ou no metro durante as cada vez mais longas esperas, porque posso esquecer o livro em casa mas o telemóvel está sempre comigo.

Aula 8 (2/12)
1. Discussão do ponto 5 da cadeira.
2. A edição electrónica e o culto do papel
3. O que é um livro: a embalagem ou o conteúdo?
4. «Ler um livro é melhor do que ver televisão»
4.1. Será mesmo? Sempre? Ver Don Giovanni no canal Mezzo será «pior» (menos cultural) do que ler um livro porno?
4.2. O culto do livro é um bom cliché. Permite que uma indústria deficiente ocupe um lugar no ranking onde o seu valor simbólico é nitidamente superior ao seu valor de mercado.
4.2.1. O livro é um bem superior mas na publicidade só aparece em anúncios de whisky velho...
4.2.2. É um presente preguiçoso, e isso beneficia a indústria.
4.2.2.1. «O que hei-de oferecer à Tucha? Ah, já sei, um livro.»
4.2.2.2. «É para oferecer?»
4. 2.2.3. Podemos mesmo especular que o livro seja a medida do presente ideal. Não muito caro, aceitável.

Aula 9 (9/12)
1. Vivian apresenta trabalho em aula.
2. Discussão do ponto 6 da cadeira.

Aula 10 (16/12)
1. Apresentação dos verbetes da cadeira. (Ver entradas mais recentes no blog.)
2. Discussão dos trabalhos.

Aula 11 (6/1)
PRÓXIMA AULA: teste-surpresa.
«Se é surpresa, porque anuncia?»
«Se não anunciasse não era surpresa, pois não? Duh!»
Uma questão anunciada: texto 25 linhas (aprox.) em «resposta» a um item da cadeira.
1. Essencial/acessório.
2. Inato/adquirido. Muito do que é adquirido parece inato, mas é útil sabermos que não é, mesmo que seja muito difícil intervir.
3. Soraya: técnica ou intuição?
3.1. Enfim, é como os pontapés em espargata. É difícil tornar «natural».
3.2. O ideal é que um dia técnica e disciplina se tornem ausentes de técnica e disciplina.
3.3. Outra analogia: o salto em altura. Passar por cima ou por baixo da trave? 
3.3.1. Só quem tenta derruba a trave. 
3.3.2. Os muito bons e os muito maus nem lhe tocam. 
3.4. Inato/adquirido – como equilibrar-se num transporte público. A posição do barqueiro: uma técnica simples que melhora substancialmente a nossa performance. 
4. No princípio do semestre, o docente avisou que deviam passar a ler pelo menos o JL e a Ler. 
4.1. Manual de boas práticas: se o aluno não estuda as revistas da especialidade, como pode melhorar?
4.2. Mais importante que o trabalho de casa só o trabalho de campo

5. Revisão: há a sinalética, que se aprende em 10 minutos, as dicas úteis, que levam um par de horas e, depois, é lograr a capacidade de concentração. 

Aula 12 (13/1)
1. Frequência.
1.1. O essencial e o acessório: mais do que «para nota» (também é), a frequência é um teste aos conhecimentos adquiridos.
1.2. O objectivo do exercício é ser exercício.
2. Woody Allen: «Vamos beijar-nos agora, assim podemos jantar descansados.»
3. O autor pode ser prolixo (Stephen King, Agustina, Proust...), a arte do editor é a concisão.

Aula 13 (20/1)
1. Negociar, negociar sempre. Negociar é, em edição - interna ou externa - a mais nobre palavra.
1.1. Tempo x Excelência.
1.2. Entre parceiros
2. Não confundir o mapa com a realidade. Na realidade, «pós-produção» pode em parte vir antes da «produção.» Exemplo: «Em 2015 sairá um novo livro da saga Guerra dos Tronos
3. O elogio do agente: Broadway Danny Rose, de Woody Allen.
4. O processo criativo: por que deixamos tudo para o fim?
4.1. A sala de pânico
4.2. Investir onde apenas há investimento humano: o tratamento de texto, a concepção, etc.
5. Entrega e discussão dos exercícios da aula passada.
6. Apresentação do fanzine da Gabriela, a partir de Comunidade, de Luiz Pacheco.
7. A diferença entre ignorância e informed guess: «Como vou daqui para o Marquês?»
7.1. Há vários caminhos. Qual o melhor? O da Diana? O do César? O do João? O da Soraia?
7.2. E um casal de turistas, o que me diria ele?




Aula 14 (27/1)
Balanço do semestre. Para os que terminam, até breve. Para os que continuam, uma antemão do que aí vem em Técnicas da Edição. 
1.     1. Edição electrónica: apocalípticos e integrados. Breve sumário das ideias-chave de Umberto Eco.
2.   2. Parâmetros com dois extremos: do máximo menos ao máximo mais. As possibilidades entre um pólo e outro são «infinitas».
3.   3. Fui eu que comuniquei mal (me exprimi mal) ou você que entendeu mal (foi estúpido)?
4.   4. Deus está nos pormenores. Até na mais simples vírgula. «Eu, como Mourinho, sou exigente.» «A bear, shots and leaves.»

5.   5. Sumários comentários a detalhes dos trabalhos de alguns alunos. O investimento num lado e o desleixo noutro. Gastar dinheiro em papel couché mas não ter dinheiro para pagar ao revisor.
6. 6. A editora Companhia das Ilhas e o caso da lombada desaparecida. Sem lombada ainda há livro?
 7. A importância do follow-up, da coerência interna, do break even, da auto-avaliação. Que competências tenho? Que lacunas devo suprir? Consegui-lo-ei? 






Programa (em construção, sempre em construção)

Teoria da Edição
1º semestre – 2013-2014
Docente: Rui Zink (916919331/zink.rui@gmail.com)
1. Um livro é um livro?
1.1. A perspectiva do autor
 1.2. A perspectiva do editor
 1.3. Outras: livreiro, distribuidor, Estado, media, leitor
2. A natureza da edição
2.1. Livro, jornal, revista – o que edissão
2.2. Coerência interna – a regra do jogo
3. A casa editorial
3.1. Pequeno grande editor
3.2. Marcar a diferença, conhecer o mercado
3.3. Tradutor, revisor, designer, paginador, marqueteiro
3.4 Ciência, arte, lotaria – racionalidade e irracionalidade
4. O jogo dos papéis
4.1. O editing – prós e contras
4.2. A edição crítica
4.3. Do filho de Eça de Queirós a Gordon Lish
5. O caso da ameaça eletrônica
5.1. Do Bubble Gum ao Bubble Blog
5.2. Novos suportes, velhos importes
5.3. Um romance é igual à Enciclopédia Britânica?
5.4. Admirável mundo novo: ibuques, dibuques, amazonas
6. Da edição amadora à edição profissional
6.1. Autor morto, autor posto
 6.2. O contrato do desenhador
6.3. Onde pára o livro?
6.4. Os novos marcadores: grandes grupos, escuteiros, marqueteiros
7. Estudos de caso 
7.1. Companhia das Letras: sete pecados capitais
7.2. O editor de actas
7.3. [A preencher quando soubermos o quê]
8. O futuro do livro
8.1. Do livro electrónico
8.2. Do livro em papel
8.3. Os papéis do livro
9. O que quero ler/editar?
Bibliografia sucinta
 ● BACELLAR, Laura, Escreva seu livro – Guia prático de edição e publicação, S. Paulo, Mercuryo, 2001
● BAILEY, Herbert S., The Art & Science of Book Publishing, Athens, Ohio U.P., 1990
● BARZUN, Jacques, On Writing, Editing, and Publishing, Chicago, CUP, 1986
● BLASSELLE, Bruno, Histoire du Livre, Paris, Gallimard, 1998
● CALVINO, Italo, Se numa Noite de Inverno um Viajante, Lisboa, Teorema, 2000
● DUCHESNE, A., LEGUAY, Th., Petite Fabrique de Littérature, Paris, Magnard, 1984
● ECO, Umberto, O Pêndulo de Foucault, Lisboa, Difel, 1998
● ESCARPIT, Robert, Sociologie da Littérature, Paris, P.U.F., 1986 [1958]
● COSTA, Sara Figueiredo, Fernando Guedes - O decano dos Editores Portugueses, Lisboa, Booktailors, 2012
● COSTA, Sara Figueiredo, Carlos da Veiga Ferreira - Os Editores não se abatem, Lisboa, Booktailors, 2013
● FURTADO, José Afonso, Os Livros e as Leituras. Novas Ecologias da Informação, Lisboa, Livros e Leituras, 2000
● FURTADO, José Afonso, A Edição de Livros e a Gestão Estratégica, Lisboa, Booktailors, 2009
● GROSS, Gerald (org.), Editors on Editing – An Inside View of What Editors Really Do, Nova Iorque, Harper & Row, 1985 [1962]
● GUTHRIE, Richard, Publishing - Principles & Practice, Londres, Sage, 2011
● JACKSON, Kevin, Invisible Forms, Nova Iorque, St. Martin’s Press, 2000
● LUCAS, Thierry, Le Guide de l’Auteur et du Petit Editeur, Lyon, AGEC-Juris, 1999
● MORFUACE, Pauline, Les comités de lecture, Ecrire et Éditer 3, Vitry, Publ. Du Calcre, Março 1998
● SAAL, Rollene, (The New York Public Library) Guide to Reading Groups, Nova Iorque, Crown Publ., 1995
●SCHIFFRIN, André, O Negócio dos Livros, Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2006
● Outras fontes a consultar: APEL, UEP, revistas literárias, blogs sobre edição e livros na Internet Tedi09.blogspot.com, Blogtailors…